quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Entrevista a André Cester Costa

Como surgiu, há três anos, a secção de futsal no SC Beira-Mar?
No pós Euro 2004. Na altura, como Director Local Adjunto do Estádio Municipal de Aveiro, e na dependência directa do Director Local - o André Apolinário, foi entre reuniões sobre o Euro 2004, sobre o futuro do Estádio, o futuro do Beira Mar, as modalidades amadoras em crescimento no país, o ecletismo do clube que o André Apolinário (então vice-presidente do clube) me convidou a formar uma equipa para avançarmos com o futsal. Chamámos amigos: João Neves e Tiago Maia, familiares, Rui Costa e os irmãos Amandio e Antonio Leite com quem tinhamos trabalhado no EURO 2004 e formámos a direcção da secção de futsal do S.C. Beira Mar. Em Agosto de 2004 o projecto deu os seus primeiros passos...
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Pode-se dizer que os objectivos inicialmente traçados estão a ser cumpridos em pleno?
Olhando aos resultados eu diria que sim. Mas nem tudo está a correr como prevíamos inicialmente. Em apenas três anos alcançámos a 2ª Divisão o que foi um feito a todos os níveis notável. Ao nível da formação alcançámos um Titulo Distrital, portanto, seria impossível pedir mais. No entanto, em termos organizacionais, as dificuldades do clube têm dificultado a operacionalização de algumas ideias que temos. Como sabemos os clubes estão, regra geral, a passar por momentos difíceis e a descida à Liga Vitalis foi um duro revés para o Beira-Mar, o que acaba por se repercutir pelas restantes secções.

O sucesso deste projecto tem sido sobejamente enaltecido no clube e nacomunicação social. Quem está por dentro da estrutura tem a mesmaperspectiva?
Nós sentimos o sucesso porque o vivemos de um modo muito especial e estamos certos que os adeptos do clube e a direcção também têm noção disso mesmo. Acredito também que a comunicação social mais atenta não pode alhear-se desse sucesso e não é por acaso que no final da época transacta a secção de futsal teve mais de meia página numa edição do Jornal de Notícias. Mas seria importante que, para além dos simpatizantes e comunicação social, também o tecido empresarial tivesse uma visão tão clara do sucesso e visibilidade que este projecto tem tido. Afinal a sustentabilidade destes projectos baseia-se, na sua grande maioria, no apoio que conseguimos ter por parte do tecido empresarial.
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Que relação existe actualmente entre a direcção da secção e a direcçãodo clube?
A direcção de futsal sempre se assumiu como uma defensora do Beira Mar, procurando sempre honrar esta enorme instituição. Não obstante termos sido convidados pela anterior direcção liderada pelo Eng.º Mano Nunes, mantívemos sempre um elevado espírito de lealdade perante a direcção do Beira Mar, pois a instituição estará sempre em primeiro lugar.
Recentemente, numa reunião com a direcção do clube fomos informados que teremos de assumir uma autonomia, eu diria, de 95% e estamos neste momento a preparar-nos para isso. Este será certamente um ano de transição em termos operacionais mas não poderemos descurar os objectivos desportivos. No entanto, é importante que se frise, no seguimento do que antes foi dito, que as conquistas da secção de futsal não são de A ou B, mas sim do Beira Mar.

A estrutura interna da secção sofreu algumas alterações recentemente, entre as quais, a criação de um Conselho Consultivo. Quais os fundamentos da reestruturação e que melhorias podemos esperar?
Sim, é verdade. Neste momento existe uma direcção operacional que irá acompanhar todas as necessidades dos séniores, composta pelo Rui Costa, António Leite e Amandio Leite. Depois teremos a Ana Modesto com mais uma série de colaboradores (fundamentais para o sucesso deste projecto) que irão preocupar-se com a formação do clube. Caberá ao Conselho Consultivo, no qual estará integrado um membro da Direcção do Clube, na pessoa do Dr. Caetano Alves, com quem temos excelentes relações, preocupar-se com a estratégia de medio/longo prazo para a secção / angariação de apoios financeiros e controlo orçamental. É nosso entendimento que assim poderemos através de uma direcção operacional, oferecer um maior acompanhamento à equipa sénior, que é fundamental agora que estamos na 2ª Divisão Nacional. Por outro lado, o orgão consultivo permitirá definir a estratégia e tornar sustentável este projecto.

Quais os principais objectivos para a época que agora se inicia?
Em termos desportivos passam por obter a manutenção na 2ª Divisão Nacional rapidamente, com o propósito de começarmos quanto antes a preparar o ataque à 1ª Divisão Nacional. Em termos operacionais, queremos encontrar parceiros que abracem este projecto para o triénio 2007-2010, que o sintam como deles e que nos apoiem a alcançar a 1ª Divisão. Ao nível dos sócios não podemos deixar de pedir que nos dêem o seu apoio ao longo de toda a época. Iremos brevemente em conjunto com a direcção do clube lançar uma campanha de angariação de apoio ao futsal através da aquisição do «cartão época» que esperamos possa ter um adesão interessante. O apoio de todos é fundamental.

O actual plantel sénior e os recentes reforços dão garantias?
A equipa montada de acordo com as indicações do José Romão permite-nos afirmar que iremos alcançar os objectivos a que nos propusémos. A estrutura manteve-se com as renovações de quase todos os atletas (Gato, Gil, Bruno ou Diogo para mencionar apenas alguns), as contratações do Serginho e Dário (ambos ex-GDG) dão-nos garantias quanto ao futuro, pois são dois jovens com uma boa margem de progressão, aliás tal como o Zeca ou o Vilarinho que transitam da época anterior, e por fim, a contratação do Clayton, julgo que também será uma mais valia. Com a recente e importante renovação do Moreira, neste momento deve apenas faltar uma contratação para encerrarmos o plantel.

Um facto que merece destaque é a inclusão de dois atletas dos juniores na equipa sénior...
Sim, a inclusão dos jovens Teófilo e Igor pretende mostrar que também ao nível da formação estamos atentos aos jovens valores da região, pois com apenas 3 anos conseguimos ir buscar alguns bons jogadores e com o trabalho das equipas técnicas da formação conseguimos que os mesmos evoluíssem e reunissem condições para ficar na equipa principal.

Sente que a massa associativa do Beira-Mar está cada vez mais identificada com o futsal?
Eu julgo que sim e a prova disso foram algumas das assistências que tivémos ao longo desta época, mas não posso deixar de dizer que um dos grandes desafios para a próxima época passar por conseguir trazer mais público ao pavilhão. Não queremos apenas que a massa associativa do Beira-Mar se identifique com este projecto mas também as gentes de Aveiro. O Beira Mar Futsal terá de ser a referência do Distrito, como é o São Bernardo no Andebol, o Bom Sucesso em Hóquei ou, claro está, o Beira Mar no futebol.

Uma mensagem para os visitantes do beiramar.blogspot.com...
Ao longo do ano espero que visitem este espaço com regularidade para acompanhar a par e passo as emoções do futsal Beiramarense. E não se esqueçam de apoiar “os nossos rapazes” no Alboi e nas difíceis deslocações que iremos ter, pois esse apoio será fundamental para atingir os objectivos a que nos propusémos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Como sempre cheio de classe e excelentes ideias para o futuro!Grande entrevista que apenas faz com que todos nos tenhamos mais orgulho em pertencer a este projecto e a este clube!grande abraço

Anónimo disse...

"para mencionar apenas alguns", estão mencionados apenas 11 nomes, por isso, devias mencionar os restantes atletas que ajudaram o beira-mar. Ou o plantel vai ter 20 jogadores e não 14 ou 15.

Saikyou disse...

Boa entrevista. Abraços a direcção e aos meus antigos colegas.